segunda-feira, 27 de julho de 2009

A Problemática Do Romance Parte I

- Meu, eu amo-a...

- Fixe, já a papaste?

- Não se trata disso. Eu gosto mesmo dela! Temos os mesmos gostos, pensamos da mesma maneira...

- Que é que isso interessa se ainda não a papaste?

- Olha, comer uma gaja não é tudo.

- Pois não. Mas exercita bem o pequenote. Só nunca papei uma africana. De resto, já foi tudo.

- Hum, tás-me a dizer que comeste gajas de todo o lado?

- É precisamente isso que te estou a dizer. É assim tão complicado de acreditar?

- Então por exemplo, já comeste uma gaja da Eslovénia?

- Ya. A Ljubinka.

- Ljubinka?

- Bem boa a Ljubinka.

- Hum, França.

- Christine.

- Itália.

- Francesca.

- Polónia.

- Manuela.

- Manuela?

- Sim, os pais eram portugueses.

- Então és mesmo o King.

- Não me posso queixar. O mundo tem sido bom para mim.

- Oh, mas assim não podes apreciar o romantismo inerente à nossa realidade.

- Quero lá saber do romantismo. Só quatro letras me interessam. F-O-D-A. Tenho tempo para o amor aos 35 anos.

- És detestável.

- Admiras-me e odeias-me, não é?

- Ya. E aposto que tens sífilis.

- Por acaso... Já a tive.

- A sério?

- Sim, era uma gaja da Roménia. Que mamas! É como eu digo, a vantagem da europa é ter gajas.

- Gajas... Melhor é mulheres de quem se goste a sério.

- Que menino, pá! Para ti o amor é uma benção, para mim é uma doença. Que queres que te diga?

- Vi logo. De certeza que nunca te apaixonaste...

- Sabes lá o que dizes. Precisamente por ter amado é que fiquei assim. Gostava imenso de uma gaja, de uma rapariga quero dizer, mas ela não sentia o mesmo.

- Conta lá o que aconteceu.

- Epá... não quero falar disso...

- Faz bem falar, desabafar. Só assim entras em contacto contigo mesmo e te descobres. É saudável saber a causa das nossas motivações...

- Pronto, tipo, uma vez mandei-lhe uma carta.... e ela...ela...

- Sim?

- Ela não respondeu, ok? Ficou quieta, não fez nada.

- Então?! E não insististe?

- Não, meu. Ela é famosa. De certeza que não ia querer nada comigo...

- Mas repara, tu papaste a Ljubinka e a Sífilis e as outras, tu és grande, não te apercebes?

- Oh, mas a pessoa de quem eu gosto está muito acima dessas putas. Ela sim, tem classe! Digo-te, ela é mais que uma Deusa. É a Rainha das Deusas.

- Com a breca! Essa gaja marcou-te mesmo muito!

- Essa quê, cabrão?

- Essa Deusa, quero dizer! Devias arranjar forma de entrar em contacto com ela... olha, se calhar até comes tantas gajas precisamente para preencher esse vazio emocional, para substituir a paixão verdadeira que nunca pudeste sentir livremente... é como se o amor existisse...e tu fosses um mero espectador...

- Sei lá disso... só sei que é muito complicado entrar em contacto com ela. Ela é uma artista, faz as músicas mais belas que existem,..Estive em concertos dela e juro... a atmosfera que se cria é absolutamente mágica...

- Meu, fala com ela no fim de um concerto... declara-te!

- Parece fácil, não parece? Mas a minha coragem desaparece quando estou com alguém que realmente gosto. Perco as palavras, perco o rumo, perco-me a mim mesmo... e sem a minha personalidade não sou nada. É como aquele gajo diz,: "Sem a minha vida, morro!"

- Que engraçado! O come-gajas fica nervoso quando tá apaixonado!

- Não gozes.

- Não te preocupes, eu percebo. Quando tás com alguém assim gera-se logo mais respeito, preocupaste mais com o que a pessoa está a pensar. E a pressão dá cabo de ti.

- Exacto. Tenho é de pensar numa maneira de dar a volta a isto.

- Eu vou pensando, e depois na segunda parte do diálogo, vou ver se te consigo ajudar, ok? Só uma cena, quem é a gaja afinal? Eu conheço-a?

- Oh, não a quero mencionar.

- Pá, faz o que quiseres, mas dá uma pista pelo menos.

- Uma pista? Como assim?

- Pá, informação não demasiado óbvia sobre ela de forma a que eu adivinhe a sua identidade através de tentativas...

- Ah, já tou a ver, como a morada dela?

- Não, meu.

- E que tal uma foto?

- Não pode ser algo tão explícito...

- Ok, então cá vai. Tipo, o seu último nome é: Malhoa.

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